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segunda-feira, novembro 29, 2010

Porque devemos tirar a Web das mãos da ICANN

Há muito tempo eu escrevi um artigo aqui falando sobre as razões pelas quais deveríamos retirar o controle da web das mãos da ICANN. A repercussão foi boa na época mas o debate, que então também estava presente em outros sites, mostrava que muitas pessoas eram contra a atitude de mexer no que funcionava. Hoje eu escrevo particularmente para aquelas pessoas que defendiam manter o controle da web centralizado na ICANN. Vocês estavam errados!

Nesta semana a ICANN, a pedido do governo dos EUA, censurou cerca de 70 endereços sob a alegação de que eles incentivam a pirataria. Não vejo problema nisso, desde que as proibições deles restringissem apenas os direitos de cidadãos dos EUA. Mas se você ligou os fios percebeu que uma restrição nos TLDs da ICANN afetam a internet como um todo.

Ou seja, por conta de alguma lei dos EUA o resto do mundo, e isso inclui você e eu, não pode acessar determinado conteúdo. Isso é censura. E censura, seja chinesa seja estado-unidense, me enoja. Se você não vê problema nisso não serve para morar no mesmo país que eu. Faça seu passaporte e vá morar lá. E não se esqueça que no aeroporto haverá um scanner corporal que vai vistoriar sua genitália.

Demorou 5 anos, e eu odeio quando o tempo me prova certo, mas tenho mais um motivo para afirmar que o controle da internet deve ir para um conselho formado por, no mínimo, membros indicados pelo G20. Apenas para que a alucinação coletiva de uma sociedade, patrocinada pelos burocratas da mídia, deixe de ser enfiada goela abaixo (ou rabo acima no caso chinês) de gente como eu, que não tem nada a ver com os idiotas religiosos de direita puritanos dos EUA.

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segunda-feira, novembro 15, 2010

Novo blog sobre Todo o Resto

Amigos, inicio hoje um novo projeto pessoal. É o blog Todo o Resto onde falarei sobre o que não é software livre. O primeiro artigo chama-se O Mito do Apagão de Talentos e convido todos aqueles que apreciam o tom editorial do Livre Acesso à visitar o novo blog, adicioná-lo à sua leitura semanal, linkarem, usarem o conteúdo (referenciando a fonte, por favor) e falarem aos amigos na rua, no twitter e em outros lugares.

Um abraço.
Fábio Luiz (Falcon_Dark)

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quarta-feira, novembro 10, 2010

Um novo servidor gráfico é o caminho

Eu não gostaria de ficar muito auto-referente aqui, mas ultimamente tem sido um pouco difícil de evitar. Há apenas 10 dias eu fiz alguns elogios à decisão da Canonical de adotar uma nova interface, desenvolvida por ela própria, para o Ubuntu. Isso é um grande acerto por vários motivos que deixo que você explore no texto de referência e no resto deste blog.

Mas a Canonical voltou a me surpreender (positivamente) com um novo anúncio de Mark Shuttleworth de que o Ubuntu vai, a longo prazo, abandonar o X Window System pelo Wayland. O X Server possui muitas características que outros servidores gráficos mais populares não possuem, é verdade, mas sua idade e falta de suporte à tecnologias mais modernas significa uma coisa: performance pobre.

O kernel Linux tem evoluído muito nos últimos anos para incluir funcionalidades importantes para o uso de desktops modernos de 64bits. Assim como o kernel os gerenciadores e ambientes gráficos precisaram de muito trabalho para receber efeitos 3D e assim acompanhar a evolução dos sistemas concorrentes. Entretanto o X Server, que faz a ponte entre esses dois mundos, permanece o mesmo há anos. E ainda que tenha recebido adaptações para funcionar com drivers de vídeo mais modernos é evidente que sua idade significa um obstáculo à sua missão de brigar contra Windows e Mac OS X.

Se formos falar em dispositivos móveis então... não é possível nem pensar em levar o X Server para algo que funcione como dispositívo móvel (smartphones e tablets). Ainda que o sistema gráfico do Android seja bastante lento na performance de vídeo pura o Xorg conta com uma miríade de funções que trariam um smartphone abaixo. Fica óbvio que, ao pensarmos no futuro dos desktops, precisamos de um servidor gráfico mais moderno, enxuto, simples de manter e com mais performance.

Como o Ubuntu está focado no desktop e não quer dar desculpas do tipo "o market share não importa" precisa pensar em substituir o X Server se quiser brigar com a próxima geração de sistemas operacionais para desktop. Segundo as visões de Apple e Microsoft o desktop vai convergir para o móvel. Segundo Jobs a maioria das pessoas vai ler e-mails e trocar mensagens em smartphones e tablets e apenas poucos usuários precisarão de notebooks ou máquinas desktop completas. Para qualquer distro Linux que tenha ambição de ser grande olhar para essa possibilidade é essencial. Daí a necessidade de substituir o X Server e a pesada interface cheia de texto do Gnome-SHELL.

Vamos ouvir falar cada vez mais do Ubuntu e cada vez menos das outras distros, ao menos no desktop dos usuários. Nos servidores, que não precisam de interfaces ou servidores gráficos, as outras distros terão boas chances pois mantém o foco em inovar no que importa: serviços, performance e confiabilidade. Mas apenas isso não vai conquistar as pessoas que usam computadores no dia a dia. E já que Mac Os e Windows ficam a cada versão mais estáveis algo mais que isso é necessário.

É necessário ter uma interface inovadora, com personalidade, e também bonita. E seria ótimo se ela também fosse rápida, leve, estável e fácil de configurar. A Canonical está sendo corajosa em suas decisões e está, em minha opinião, no caminho certo.

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terça-feira, novembro 02, 2010

Compatibilidade do IE9 surpreende

O W3C fez testes de compatibilidade HTML5 com as versões de teste mais recentes dos maiores navegadores e surpreendeu a todos com o resultado. Os navegadores testados foram:
Internet Explorer Platform Preview 6
Google Chrome 7.0.517.41 beta
Firefox 4 Beta 6
Opera 11.00 alpha (build 1029)
Safari Version 5.0.2 (6533.18.5)

Após vários testes de vários itens que compõe o padrão HTML5 o W3C identificou que, dentre as versões testadas, o navegador mais compatível é o IE9. A informação pegou muita gente de surpresa e alguns usuários protestaram contra os testes, a metodologia ou até a performance. Eles talvez não protestassem se o resultado fosse favorável ao Chrome ou ao Firefox. Mas o fato de que o IE9 será um navegador bastante aderente aos padrões da web já era previsto até por mim. Quem se espantou com essa não está acompanhando de perto o mercado de navegadores.

Isso mostra que, quando quer, a MS pode produzir software com bastante qualidade. O que me faz concluir que o trabalho medíocre apresentado nas versões anteriores do IE e do Windows foi proposital, seja por não ter concorrentes, seja por achar que o mercado não exigiria (e de fato não o fez) software com mais qualidade.

De toda forma, um IE9 compatível, bem escrito e superior aos concorrentes é ótimo para o mercado e eleva o nível contra o qual os outros navegadores terão que se comparar. Acorda Mozilla!

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segunda-feira, novembro 01, 2010

O novo destino do Ubuntu

Há bastante tempo defendo que a comunidade que desenvolve e suporta o GNU/Linux tem errado no tocante à sua estratégia para fazer o sistema crescer no desktop. Sempre que se critica a participação do Linux no desktop (por ser pequena para o que se esperaria) surgem vários usuários defendendo que a participação de mercado não é importante. Eles esquecem que, mesmo para empresas que usam o Linux como solução para servidores, a participação do Linux no mercado de sistemas desktop é importante sim.

RedHat, IBM, Novell e outras empresas que têm suportado o Linux em ambientes corporativos e em servidores poderiam se beneficiar muito de um Linux mais “competente” no mercado do Windows, e sabem disso. Seja pelo fato de que poderiam vender soluções mais completas aos seus clientes, seja porque gastariam menos tempo se preocupando que suas soluções suportem o Windows. A Canonical, que faz o já famoso Ubuntu, conseguiu desfrutar mais diretamente de uma participação maior de mercado do Linux no desktop.

Comentei anteriormente sobre como o Mac OS atingiu o que o Linux almeja há muito tempo e as razões pelas quais eu penso que isso tenha ocorrido. O Mac OS começa a incomodar o Windows e já atrai atenção de empresas que só faziam software para o sistema da Microsoft, enquanto o Linux... nada. Além do mérito do Mac OS que tem sido o grande destino dos usuários que abandonam o Windows, suplantando as expectativas da comunidade de software livre, o Linux possui muitas deficiências em sua estratégia. E elas estão visíveis aos usuários que desistem do Windows e buscam outro sistema. Os que podem pagar o preço mudam para Mac, os que não podem preferem o conformismo à enfrentar as deficiências do sistema do pinguim. Note que elas não são técnicas em geral, mas sim práticas.

Para corrigir os problemas práticos e de usabilidade muitas soluções são possíveis e eu propus uma das mais radicais: ter um hardware próprio para Linux e concentrar os esforços apenas nesse hardware certificado. Esses links estão aqui pois servem de apoio à essas idéias. Se você é um leitor frequente do Livre Acesso já deve conhecer esses artigos, mas se chegou agora eles podem defender minhas idéias e por isso não trilharei esse caminho novamente.

Como era de se esperar, cada vez que falo essas coisas, alguns usuários comentam os artigos e ressaltam como eu estou errado. Mas aparentemente muita gente grande no mundo do software livre concorda, ao menos em parte, comigo.

Semana passada a Canonical anunciou que o Gnome não será a GUI padrão na próxima versão do Ubuntu e que adotará sua própria visão de como uma interface deve ser, a Unity. O Ubuntu 11.04 vai ser instalado com a Unity, interface criada para netbooks mas que será adaptada ao uso desktop.

E por que isso significa que Mark Shuttleworth concorda comigo? Porque a visão da Canonical, assim como a minha, sobre o que a interface de um sistema deve ser discorda da visão do Gnome. O Gnome nasceu inspirado na interface do antigo Mac OS (antes de existir um Dock e o Spotlight) e não mudou muito nos últimos anos. O KDE nasceu baseado na interface do Windows e, apesar de ter evoluído bastante, mantém a mesma premissa básica da interface que o inspirou: uma barra onde os botões das aplicações abertas aparecem.

Para a Canonical inspirar-se no Mac ou no Windows não é o bastante. Não quando você quer ser relevante. Critico bastante a Canonical por sua pouca contribuição ao Gnome nos últimos anos. Em sendo o Linux mais presente no desktop ele deveria dar o exemplo, afinal muitos usuários vão conhecer o software livre pelos olhos de um Ubuntu. Se não compreenderem, a partir de seu próprio sistema, o que é contribuir para software livre vão perder o lado filosófico do que está sendo feito (e é o lado mais importante).

A incapacidade de contribuir (por diversos motivos) com o Gnome fez a Canonical trilhar seu próprio caminho. E quando a Canonical descobriu que teria que fazer sua GUI sem participar do Gnome decidiu redesenhá-la. O resultado é a adoção da GUI Unity.

O Unity é a visão da Canonical sobre como uma interface de netbook deveria ser. Netbooks têm telas pequenas e pouco espaço. Suas interfaces precisam ser econômicas e simples. A Canonical pensou a Unity para atingir esses objetivos e concorrer com o Windows XP no mercado de netbooks. E agora vai trocar o Gnome por uma versão da Unity adaptada à telas maiores. Vou deixar para falar sobre o porque o Ubuntu com Unity não destronou o Windows XP nos netbooks nos comentários deste artigo pois sei que é um argumento óbvio.

Vejo isso como algo totalmente positivo para o Linux. A distribuição mais bem-sucedida no mundo desktop vai inovar e criar algo diferente. É uma chance genuína de surpreender os usuários do mundo todo com algo inovador, exatamente o que todo mundo espera de alguém que se diz alternativa ao que está estabelecido.

Eu não sei como a Unity vai ser quando o Ubuntu 11.04 chegar. Mas acho que a Canonical está de parabéns pela atitude. Que sirva de inspiração para KDE, Gnome e outras distribuições. Meu palpite é que a participação de mercado do Ubuntu deve crescer com esse movimento, mostrado que algo totalmente diferente é o que os usuários estão procurando.

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