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sexta-feira, novembro 25, 2005

Sinto saudades do OS/2 Warp?

Se você acompanha este blog há mais de 2 meses já deve ter me ouvido (ou lido?!) falar de OS/2 Warp. Para quem não sabe OS/2 Warp é um sistema operacional que a IBM e a Microsoft desenvolveram juntas para substituir a dobradinha DOS/Windows. Após uma facada nas costas da IBM a Microsoft ficou com seu Windows mesmo e transformou sua parte do OS/2 Warp no Windows NT. O Windows NT, como você deve saber é o sistema que deu origem ao Windows 2000/03 e ao Windows XP.

Trocando em miudos, hoje 95% do mercado doméstico usa um sistema inspirado em um desenvolvimento que começou perto de 1986 (quase 20 anos atrás). A IBM abandonou oficialmente o OS/2 Warp em 2004, mas a última versão significativa do sistema foi lançada em 1996 (!). A Microsoft continua aproveitando essa tecnologia em seus sistemas atuais (e ainda o fará por algum tempo) e o Windows Vista também será filhote do OS/2. Pensei um pouco sobre isso.

O OS/2 é uma plataforma que gostei muito. Não escondo isso de ninguém. Mas fica claro, olhando para o Windows hoje, que ela tinha suas deficiências. A IBM jamais teve a chance de torná-la algo poderoso, e a Microsoft (como sempre) sequer tentou fazer isso.

Mas como posso eu gostar de uma plataforma como essa, a do Windows XP, e ao mesmo tempo, desgostar tanto do próprio Windows XP como sistema operacional? Pergunto-me às vezes. É como gostar de uma fruta mas não de seu suco!

Para sua época o OS/2 era um sistema muito bom. A Microsoft insistiu com o Windows 3. Hoje a IBM prefere o Linux. A MS vai de OS/2 disfarçado de Windows XP. Acho que entendi o problema. O OS/2 foi uma grande experiencia em sistemas operacionais em 1996, hoje talvez eu não gostasse tanto dele, tal como não gosto do Windows. É isso mesmo. Sob minha ótica, a Microsoft é uma empresa 10 anos atrasada no tempo. A MS tem estado, desde que me tomei por usuário, uma década atrás da concorrência, uma década defasada em relação às minhas expectativas computacionais.

Se tudo continuar desse jeito, quando eu sair do Linux para um novo sistema operacional a MS vai estar adotando Linux e dizendo que é a mais nova tecnologia para seu computador...

Mas tudo bem. A Microsoft está vendendo hoje o OS/2 que a IBM deu como morto, a diferença entre Redmond e New York é que lá para os lados do capitólio o pessoal sabe fazer melhor marketing. Encare a coisa sob a seguinte ótica:
- A IBM tentou vender um produto por anos e desistiu porque não dava dinheiro;
- Com 10 anos de atraso a MS pega o mesmo produto, muda a embalagem e ganha rios de dinheiro com ele.
Admito que é engraçado.

Lembrei-me desse rancor antigo ao ler uma pequenina entrevista, a qual achei digna de trazer à público em língua portuguesa (ainda que mal escrita):
A PC Magazine gringa entrevistou Jim Cannavino, desenvolvedor chefe do OS/2 para a IBM, a tradução de todo o artigo segue abaixo:

Após entrar na IBM em 1963, Jim Cannavino passou mais de 30 anos na empresa. No inicio dos anos 90 ele era chefe da Divisão de Sistemas Pessoais da Big Blue, responsável pelo desenvolvimento do OS/2, o mal fadado sistema operacional desenvolvido originalmente em parceria com a Microsoft. Hoje ele é executivo e CEO da Direct Insite, um prestador de serviços de aplicações situado na cidade de Bohemia, Nova Iorque.


P: O que ocorreu quando Microsoft e IBM separaram-se, o Windows abocanhou o mercado do OS/2 e este tornou-se apenas uma nota de rodapé na história?
R: IBM e Microsoft fizeram um trabalho muito ruim ao desenvolver o OS/2. Quando assumi o time de desenvolvimento ele ainda era um sistema de 16-bit e parecia muito com algo que teve muitos desenvolvedores diferentes em lugares diferentes trabalhando nele. Mas a IBM tinha grandes clientes que estavam interessados em usá-lo. Eles precisavam muito de um ambiente operacional multi-tarefa, por isso precisavamos do OS/2.


P: Na versão 3.0 vocês já não haviam acabado com a maioria desses problemas?
R: A Versão 3.0 era sólida, um sistema operacional de primeira classe. Serviu bem aos nossos clientes. Mas naquela época os desenvolvedores de software do mundo estavam envolvidos demais com os 16-bit e estavam com problemas financeiros. O Windows começava a ganhar mercado e simplesmente não havia dinheiro suficiente para que os desenvolvedores fizessem programas para as duas plataformas.


P: Qual sua opinião sobre a plataforma atual do Windows?
R: É uma peça de software de muito sucesso, um empreendimento de muito sucesso. Mas um mainframe dá boot mais rápido que um laptop, e isso é meio bobo. Mais, a arquitetura não evoluiu para um nível realmente alto de securança. Basicamente você tem muitos caras espertos que estão apenas tampando buracos. Claro que eles fazem um bom trabalho, mas eles nunca terminam (o sistema). Se você reestruturasse a arquitetura do sistema e realmente colocasse alguns limites que fossem difíceis de ultrapassar não haveria razão para que seu e-mail pudesse corromper seu sistema de arquivos.

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quinta-feira, novembro 24, 2005

Artigos sobre Linux para o Meiobit.com

O site Meiobit.com é um site de notícias sobre tecnologia bem abrangente. Seguindo o estilo consagrado pelo Slashdot fala sobre muitas coisas, desde telefones celulares e computadores até bons softwares para tarefas do dia a dia. Possuindo comentaristas para as plataformas Windows e Mac o pessoal do Meiobit decidiu que seria legal abrir algum espaço para Linux. Foi publicado um anúncio no Notícias Linux pedindo que alguém da comunidade de SL dedicasse algum tempo para escrever sobre o sistema operacional do pingüim. Após algums conversas chegamos ao modelo de publicação adequado e é com muito prazer que anuncio que estarei publicando artigos exclusivos no site Meiobit.com sobre o Linux voltado ao público curioso e iniciante no mundo do SL.

O primeiro artigo, que visa apresentar a filosofia do SL e o sistema operacional GNU/Linux foi publicado ontem, e pode ser lido e comentado no site.

O artigo chama-se Eu, Linux e é o primeiro de uma série de artigos exclusivos que procura enriquecer o conteúdo do site Meiobit.com e difundir ainda mais os conceitos e o uso do Software Livre. Um grande diferencial entre o que publicarei por lá e o que já era publicado aqui é que nos artigos do Meiobit.com estarei focado unicamente no SL e suas capacidades e peculiaridades. Aqui eu continuarei tecendo meus comentários entre as diferenças filosóficas e práticas entre o Software Livre e o Proprietário.

Fica aqui o convite para que conheçam este bom site, que pode ser uma boa fonte de informações sobre tecnologia em geral, e para que visitem minha coluna quinzenal por lá e continuem contribuindo para o desenvolvimento do debate e da adoção do SL em nossa sociedade.

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sexta-feira, novembro 18, 2005

A próxima onda do Software Livre

Imagine um mundo onde cada pessoa tem acesso livre à soma
de todo conhecimento humano. É isso que estamos a fazer.
frase que define a Wikipedia em sua página de doações.

Que o Software Livre (SL) tem como objetivo disseminar livremente o conhecimento científico humano muitos já devem saber. O meu papel, enquanto defensor e evangelizador do SL, é ajudar a espalhar esse conceito e mostrar para os usuários de computador o quanto isso é importante.

Partindo disso eu gostaria de pedir que você que lê esse texto agora faça uma reflexão considerando algumas hipóteses.
- Se todas as indústrias farmacêuticas do mundo abrissem mão das patentes e juntassem seus pesquisadores em um grande esforço será que já não teríamos a cura para diversas doenças que assolam a humanidade?
- Se todas as editoras de livros do mundo abrissem mão da cobrança de direitos autorais apenas por uma edição de certos títulos não poderíamos levar cultura e conhecimento para cada ser humano desse planeta?
- Se empresas como a Monsanto e a Cargil abrissem mão das patentes de suas sementes apenas por 3 mêses não poderíamos alimentar todas as pessoas do mundo?
- Se os EUA doassem um ano de seu orçamento bélico não poderíamos levar água encanada para todas as pessoas do continete africano? A resposta para essa pergunta é SIM. O orçamento anual do Ministério de Defesa dos EUA poderia levar saneamento básico para toda a população da África e acabar com a morte de centenas de milhares de crianças.
- Se todas as empresas de informática do mundo colaborassem não poderíamos ter sistemas melhores e mais confiáveis servindo nossa sociedade?

Se você ponderar um pouco acerca de todas essas questões pode chegar à conclusões interessantes. Uma dessas conclusões seria a de que tudo está bem do jeito que está. Afinal:
- Não haver remédios o bastante ou não haver cura para certas doenças é muito positivo. Afinal de contas como você poderia vender uma caixa de remédios (10 pequenas pílulas) por US$ 50,00 se eles estivessem amplamentes disponíveis e isentos de patentes?
- Livros caros são uma ótima maneira de elitizar o conhecimento, não permitindo nunca que as nações mais pobres desafiem o status quo e livrem-se da dominação secular exercida pelos países ricos;
- Alimentos caros são um excelente controle populacional. E sementes que geram plantas estéreis são uma grande idéia. Quem vai querer plantar algo se um dia um grande empresa for à falência?
- Os EUA devem continuar queimando seus bilhões em guerras de mentira por petróleo e água. Afinal é direito deles querer dominar o mundo, já que eles são os mais fortes, não é isso que diz a seleção natural? Quem se importa com o saneamento básico da África?
- Já temos sistemas computacionais bons o bastante, não precisamos nos preocupar com isso.
Parabéns! Você está hapto a filiar-se à uma boa instituição de extrema direita perto de sua casa.

Ou você pode chegar a um outro leque de conclusões:
- Um mercado restrito de remédios aumenta seu preço exageradamente. Mais remédios para mais doenças seria bom para todos;
- Livros de graça para todos é uma grande sacada! As crianças crescerão mais sábias e capazes para melhor administrar o mundo onde vivemos;
- Sem patentes para os grãos teríamos mais alimentos, mais baratos. Nenhuma grande empresa dormiria todos os dias sonhando com a dominação global do mercado de soja ou milho;
- Os EUA deveriam limitar-se a cuidar de seus próprios assuntos, como furacões e fraudes eleitorais e deixar o resto do mundo em paz. Ou, se quiserem ser o síndico do prédio, que ao menos dê o exemplo. Um país onde 80% da energia elétrica venha da queima de carvão não tem envergadura moral ou densidade ética para criticar a falta de cuidado do Brasil com a Amazônia. Tão pouco o maior poluidor do mundo e o grande vilão do protocolo de Kioto pode ter qualquer direito sobre decidir o que deve ou não ser feito com os recursos naturais dos outros países, como petróleo e gás natural.
- Os sistemas informáticos poderíam e deveríam evoluir provendo melhores serviços à sociedade e tornando-se peça fundamental da formação profissional dos cidadãos.
Se você veio mais ou menos por aqui, bem vindo ao clube.

Mas o que todo esse papo tem a ver com Software Livre?

A informática, desde o seu nascimento, sempre apresentou duas facetas. Por um lado (e para poucos) ela é uma ciência. Como tal ela é pesquisada, postulada, testada e provada e promove avanços para outras ciências e para a humanidade. Por outro lado ela é um negócio, como poucos, que gerou algumas das maiores empresas que o capitalismo já conheceu e algumas das maiores fortunas do ocidente. Percebe a diferença entre uma maneira de ver e a outra?

A matemática nunca foi um grande negócio. Não há registro histórico de matemáticos que tenham ficado muito ricos. Não ao menos para figurar na lista da Forbes. Mas na mesma medida em que a matemática nunca fez nenhum multi-milionário é ela, a ciência dos números, a grande responsável por termos saído das cavernas. O benefício da matemática sempre foi mais coletivo que individual.

Isso deve-se à muitos fatores, mas fortemente à uma característica da matemática. Ela é livre. Quando você ensina uma operação matemática à alguém está ensinando seu algorítmo, seu "fonte". Quem aprende matemática está livre para usá-la, aperfeiçoá-la, ensiná-la à outros, sem pagar nada a ninguém.

A informática é a primeira ciência humana a possuir uma parte restrita, intangível. Fruto de ter nascido durante a era negra da ciência humana, onde tudo deve ser escondido atrás de sete chaves. Nascida para ficar sob sigilo a Informática rendeu um negócio mágico. Onde cada um que descobrisse uma pequena parte do quebra-cabeças tornaria-se rei. Coisas fundamentais como um sistema operacional, necessário para que um computador moderno opere, rendem rios de dinheiro e pouco ou nenhum progresso direto para a ciência humana.

Pouco importa se a Microsoft ou a IBM vai descobrir/inventar um algorítmo fabuloso para escrever e ler em bancos de dados. Poucas pessoas terão acesso ao código, e não poderão comentar sobre isso com ninguém. Para que alguns ganhem milhões todos os outros devem permanecer às escuras. Se fosse assim com a matemática a maioria de nós nem sabeira somar, pois seria proibido ensinar.

O Software Livre é produto direto da face científica da Informática. Desenvolvido em universidades, por professores e estudantes, em tempo vago de humanos e computadores, às escuras. Criado para ser usado, lido, entendido, alterado, redistribuído, dado por todos, enfim. Exatamente do jeito que Galileu, Newton e Eistein fizeram com suas fórmulas e pensamentos.

O Software Proprietário, em contrapartida, é a face dos negócios. Feito para proteger segredos e para gerar dinheiro.

Mas chega um tempo em que alguma parte das pessoas percebe o que está ocorrendo. Isso sempre acontece. Durante a Revolução Francesa. Ou durante o Iluminismo. Sempre há um grupo de pessoas que se coloca contra essas forças dominantes que são um traço tão humano que sempre estiveram presentes em nossa história.

Hoje o Software Livre se contrapõe ao Software Proprietário aos olhos do mundo. Muitos já ouviram falar em Firefox (e agora somos 10% do todo), muitos já ouviram falar em Linux, alguns também em BSD (não desistam, rapazes, vocês são importantes!). Mas em breve todos ouvirão falar também em Web2.0.

Web2.0 é o nome que os especialistas estão dando para a nova geração de serviços de internet que está na boca do forno. Na Web2.0 você não irá passear de página em página, todas elas estáticas (ou com dinamismo restrito); você irá entrar em portais que proverão diversos serviços que hoje só existem no mundo real. Aplicações inteiras rodarão remotamente e te acompanharão a qualquer lugar onde você possa encostar os dedos em um teclado. Isso é tão aparente que até mesmo a Microsoft já anunciou que poderá abandonar muitos produtos para vender serviços gratuítos e render apenas com propaganda, igual ao Google. E você que achou que a MS nunca iria parar de vender o Windows, né? ;-)

Exageros meus à parte a Web2.0 põe em cheque o modelo de negócios da Microsoft e por definição o modelo do software proprietário. A Microsoft não poderá vender programas caros demais com muitas inutilidades que a maioria dos clientes não usa em caixinhas bonitinhas, porque software melhor e mais barato estará disponível via Web2.0. A Microsoft (e outras empresas que vendem apenas software proprietário) terão que repensar toda sua estratégia e usar uma abordagem mais voltada aos serviços, exatamente como a IBM faz desde o final da década de 1990.

Isso indica que o Software Livre irá ganhar cada vez mais força. Uma grande rede global de aplicações diversas e que precisam de estrutura comum e comunicação é o ambiente propício para padrões abertos e livres. E, digam os críticos o que quiserem, com padrões livres o Software Livre trabalha melhor. A nova Web que está sendo desenhada será melhor e trabalhará melhor usando software livre. O modelo de desenvolvimento proprietário perderá clientes, tanto a Microsoft sabe disso que seu produto on-line (chamado MS Live) permite que programadores usem a API do sistema para escrever add-ons para o Windows Vista, em um simulacro da simbiose entre software livre e sua comunidade.

Mas ainda haverá uma grande diferença. Em SL não só o código que você está criando é seu, mas também é seu o código do programa original para o qual você criou a modificação. É tudo seu. Quem criar add-ons no MS Live para o Windows Vista será proprietário de seu próprio código, e só. O Windows continua sendo fechado e impenetrável.

Eis a grande diferença. Ao ajudar os cientistas do SL você está aprendendo, melhorando o sistema que você usa e ajudando todos os outros usuários do mundo, criando benefícios para todos. Ao ajudar os homens de negócios da Microsoft você está melhorando o software deles, continuará pagando pela licença de uso do software que você próprio ajudou a melhorar, e com o software que você melhorou eles vão tentar ganhar ainda mais dinheiro. Hum... de que lado você gostaria de estar?

As empresas que souberem criar programas que comuniquem-se adequadamente com outros programas estarão mais perto de criarem webservices que sejam úteis e produtivos para a experiência da Web2.0. E vocês sabem quão mal a Microsoft opera com padrões de mercado...

Quando a próxima onda da Web chegar trará consigo a próxima onda do Software Livre. Pode ser que a informática seja então um pouco menos negócios e mais ciência, para o prejuízo de alguns e benefício de muitos. Quem sabe então daqui a 100 anos a humanidade lembre-se de grandes benfeitores, como Einstein, Newton, Laplace, Stallman; grandes homens para suas ciências.

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quinta-feira, novembro 10, 2005

IBM e Sony liberam kit de desenvolvimento para Cell

A IBM e a Sony anunciaram o lançamento do Kit de desenvolvimento para a plataforma Cell. Ele é chamado CBE software development kit, CBE é a sigla para Cell Broadband Engine (Mecanismo Cell Banda-larga ou Mecanismo Banda-larga Celular).

Tanto a nomenclatura quanto as informações que já foram publicadas até agora indicam uma plataforma que trabalha de maneira distinta das existentes atualmente. As diferenças conceituais no funcionamento do Cell permitiriam atingir patamares de desempenho até então inéditos. Esse desempenho, segundo o site oficial do CBE resource center, seria adequado para o uso em "jogos, multi-mídia e aplicações de Física e demais Ciências".

Características como chips multi-processados (com 9 núcleos funcionais dentro de cada unidade) e grandes barramentos de comunicação entre as unidades mostram que a arquitetura foi pensada desde o início para que diversas unidades sejam agrupadas dentro de um mesmo gabinete físico.

O lançamento do kit de desenvolvimento tem como objetivo estimular o desenvolvimento de software para a plataforma, inclusive jogos para PS3. Entre os softwares disponíveis para download encontram-se:
- Simulador da plataforma CBE para hardware atual (como o x86);
- Bibliotecas C escritas para a plataforma para serem usadas em criação e portagem de aplicativos;
- Exemplos de software já escrito para Cell e uma Biblioteca de Código Fonte;
- Cadeia de desenvolvimento com GCC para Cell;
- Linux Kernel Patch para que o pingüim rode na nova plataforma aproveitando seus recursos.

Ou seja, com o pacote de simulação de plataforma, com o GCC e com os kernel patchs de Linux você já poderia hoje, em seu x86 rodar uma cópia de Linux para Cell. Não há informações sobre a portabilidade de outros sistemas para a plataforma ainda.

Toda essa movimentação leva a crer que mesmo que computadores desktop com tecnologia Cell ou CBE demorem bastante para chegar, servidores com essa plataforma estarão disponíveis em pouco tempo. Talvez ainda em 2006 servidores de médio porte com essa tecnologia já estejam chegando ao mercado. E isso tem cheiro de Linux.

A própria publicação de patchs para o kernel Linux é uma mostra de que a IBM aposta nesse sistema para tocar seus servidores Cell. O consórcio STI parece queres estimular os desenvolvedores Linux ao redor do mundo a começarem a conhecer e escrever para esta plataforma. Assim quando ela chegar ao mercado realmente já haveria muito software pronto para aproveitar seus recursos únicos e desempenhar de acordo com o que foi dito até agora.

O STI (Sony Toshiba IBM) parece estar fazendo as coisas do jeito certo com essa plataforma. Estão gerando uma grande expectativa do mercado em relação ao Cell e o que ele poderá fazer. Essa preparação de terreno, tentando estimular o desenvolvimento de código para a plataforma, pode ser fator crucial para a manutenção do calendário de lançamentos das empresas. Seria importante que a comunidade de SL mundial engrenasse esse desenvolvimento, pois mostraria quanto interesse há no mercado por uma plataforma mais moderna e mais poderosa para os servidores e computadores pessoais. Vamos esperar que a comunidade responda de acordo.

A espera continua e tão logo mais notícias surjam estaremos de olho. Que a dupla Cell e Linux chegue logo para mostrar sua força ;-)

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Falcon_Dark no Orkut

Saudações amigos que acompanham minhas postagens!

Andei lendo por aí que é de bom tom dar o máximo de informações possíveis sobre você mesmo ao manter um site ou blog para comunicar-se com outras pessoas na internet. Como seria incômodo ficar adaptando o perfil aqui do Blogger para fornecer mais informações à todos sobre quem eu sou e das coisas que gosto e faço imagino que seria muito mais prático fornecer uma outra fonte de informação para o público.

Hoje muitos têm uma conta no Orkut, e ainda que muitos não tenham a até achem isso meio chato eu acho que meu perfil no orkut seria a maneira mais prática de deixar que vocês, meus companheiros de Software Livre, saibam um pouco mais sobre mim. Portanto eis meu perfil okutiano:
Perfil de Fábio Luiz (falcon_dark) no Orkut

Fiquem à vontade para adicionar-me, mas procurem mandar um recado (scrap) antes de fazê-lo para que eu possa saber de onde estão vindo, ok?

Também pensei em criar uma comunidade no Orkut voltada para este blog e seu conteúdo. Isso permitiria que vocês pudessem postar comentários mais longos e detalhados sobre meus artigos, melhorando nosso diálogo. Também poderiam surgir discussões paralelas sobre outros assuntos que eu não tenha tratado aqui e a comunidade pode ser um canal para que vocês possam sugerir assuntos para o blog e enviar comentários de cunho mais geral.

Se essa idéia parece agradável, por favor avise-me, comentando aqui ou nos recados de meu perfil no orkut, certo?

Abraços a todos e obrigado pelos elogios e criticas que vocês sempre trazem à minha pessoa e ao meu trabalho.

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quinta-feira, novembro 03, 2005

Gmail funciona melhor em Firefox

O Netscape 8, como muitos devem saber, não é um browser de verdade. É mais um frontend. Isso porque mesmo com uma interface semelhante à do Firefox o Netscape 8 pode usar tanto a Engine Gecko (mozilla) quando a Engine IE para renderizar e montar as exibições de páginas web em suas janelas.

Para usuários de Windows (ou qualquer outro sistema onde o Internet Explorer esteja disponível) parece uma boa idéia. Afinal dentro do mesmo programa você pode ter os dois mundos, exibindo as páginas web na máquina mais apropriada para cada caso. Web designers podem usufruir bem desta capacidade do programa de mudar a engine usada a qualquer momento.

Alguns amigos meus que usam Windows experimentaram o Firefox e gostaram. Mas outros reclamam ocasionalmente de, usando o navegador livre, depararem-se com sites que não abrem ou que abrem incorretamente. Ainda que eu explique que isso não é culpa do Firefox, mas sim da Microsoft e seu Internet Explorer por não seguir o W3C muitas pessoas acham incômodo usar dois programas para a mesma função. Aí surge a grande vantagem de optar pelo Netscape 8.

Um desses amigos meus postou-me um shot curioso. Ele está com o Netscape 8, usando a máquina do Internet Explorer e ao acessar seu Gmail depara-se com uma mensagem bacana, que mostra o quanto o Google está disposto à suportar o Software Livre e comprar uma briga definitiva com a empresa de Redmond. Junto da imagem (que reproduzo abaixo para matar a curiosidade de todos com relação à mensagem) ele escreveu: "Haha. Fábio, é a primeira vez que vejo uma mensagem desse tipo, gerealmente é o contrário..."

E quando digo que os ventos estão mudando, muitos ainda me chamam de tendencioso.



Em português: "Você está usando o Netscape 8 no modo de exibição Internet Explorer. Por favor note que o Gmail funciona melhor no modo de exibição Firefox." Será que um dia essa mensagem aparecerá para os usuários de Internet Explorer também? ;-)

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terça-feira, novembro 01, 2005

O próximo assalto

Já começou! Google está contratando programadores para trabalharem no código do OpenOffice, enquanto isso em Redmond a MS já anunciou que planeja uma versão online de seu MSOffice. Tente advinhar onde elas querem chegar.

Me lembrei que já há algum tempo que a Microsoft fala de vender seus produtos sob-demanda. Você liga para o escritório mais próximo da MS e pede um mês de Word e Excel, eles lhe passam um login e você usa os aplicativos dentro do período contratado. A coisa não saiu do papel porque o custo era muito alto. A infra-estrutura de internet no mundo ainda é muito ruim e lenta para que aplicações completas de escritório sejam produtivas on-line. E uma assinatura mensal de MSOffice poderia ter um valor proibitivo para o uso doméstico.

A infra-estrutura de rede é a mesma para o Google e para a Microsoft mas o fato da licença do OpenOffice ser gratuíta pode contar muito à favor da empresa californiana. Ela gastará alguns punhados de dólares para adaptar o sistema ao mundo on-line, igual à MS, gastará mais alguns dólares com criação de infra-estrutura de hardware para tocar o serviço, como a MS, mas não precisará preocupar-se com os clientes que não optarem pelo serviço on-line.

A conta é complicada porque parece óbvio que um MSOffice deveria ser cobrado pela periodicidade do uso, como se fosse um aluguel. Mas como definir o valor de mensalidade para um seviço como esse, de Office on-line, sem inviabilizar o negócio de vender caixinhas com o programa. Pois os clientes que acharem a caixinha muito cara irão para o mundo on-line (e podem acabar nas garras do GoogleOffice, GOffice?) e os clientes que acharem a caxinha muito barata não irão para o office on-line, fazendo encarecer o investimento da MS no pacote de web.

Não se pode pensar em acabar com as versões off-line dos programas do pacote, pois isso excluiria automaticamente todos os clientes sem conexão permanente com a web. Definir o preço para esse serviço será complicado, para todos. Mas o Google pode (e deve) surpreender ao lançar seu on-line office gratuitamente. Que será então do MSOffice enfrentando um concorrente que não é só gratuíto, equivalente na maioria dos aspectos, compatível, mas também onipresente e acessível de dentro do seu Orkut? A MS terá problemas para vender seu Office on-line por um valor maior do que zero. E se ela entregar gratuitamente o Office on-line suas vendas de caixinhas acabam.

A MS enfrenta um momento curioso: a morte anunciada de um produto seu, pelo fechamento de um nicho de mercado. Ela sabe que o Office on-line do Google, sendo gratuíto, fecha as portas de sua segunda linha de produtos, atrás apenas dos sistemas operacionais. E pior, ela terá de investir milhões de dólares para desenvolver uma solução equivalente e preparar-se para entregá-la de graça aos clientes, se for o caso; apenas para manter-se com o nome no mercado. Parece que o jogo está virando para o pessoal de Redmond.

Com o aumento da velocidade das conexões de internet de pequeno e médio portes que acontecerá no próximo ano aqui no Brasil (lá fora já ocorre há muito) ficará mais viável a implanatação de serviços que formem a chamada Web 2.0. Em 2006 teremos pacotes domésticos de 2Mbit/s a preços aceitáveis. O Office é uma das primeiras aplicações que serão levadas à web para trabalhar on-line. Outras virão em seguida.

Não deixa de ser uma espécie de revolução. Os programas estarão saindo de nossos computadores para ficarem guardados em um servidor, executaremos os mesmo em um misto de processamento local e remoto. Serviços de armazenamento de dados, compromissos, estatísticas, comércio, educação, enfim um pouco de tudo estará presente na Web 2.0 dessa forma em alguns anos. E diziam que o NC (Network Computer) era um conceito morto! Pega essa, Dvorak!

E o bom é que dessa revolução o software livre já está fazendo parte desde o início.

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