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quinta-feira, março 31, 2005

Xavante ganha seu portal

O Xavante GNU/Linux (nome oficial do fork do Conectiva Linux que a comunidade reuniu-se para criar) ganhou seu próprio domínio e um portal, que agora acomoda o forum e várias outras coisas. Ele pode ser acessado pelo endereço www.xavante.org

Estamos felizes pelos progressos conseguidos até agora, mas ainda esperamos uma resposta oficial da Conectiva enquanto escolhemos o logo da distro.

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quinta-feira, março 24, 2005

Sobre o Cairo

Falei no post sobre o IE7 do Cairo, um projeto de renderizador vetorial 3d em GNU/Linux. Como eu gosto de matar a cobra e mostrar o pau passo o link pra quem quiser dar uma olhada. Lá o pessoal de desenvolvimento tá usando um Thinkpad T41 (notebook pra desenvolvimento gráfico, já viu?) com uma ATi Radeon 7500 mobility. Se fosse uma ATi mas nova seria um estrago ainda maior. Ele usa Fedora e Gnome com uma seção virtual do X rodando um window manager chamado Luminocity.

Isso é o impressionante. Em placas muito mais potentes os sistemas convencionais 2d temproblemas pra fazer renderizações daquela maneira. De uma olhada nos vídeos pois é impressionante.

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Festa de Instalação na América Latina

Acontecerá no dia 02 de Abril de 2005 (sábado) o Festival Latino Americano de Instalação de Software Livre. O evento será simultâneo em 15 países e mais de 100 cidades. O Brasil é o país com maior número de cidades inscritas. Nesse evento as pessoas que quiserem instalar SL em suas máquinas podem levá-las aos locais relacionados que voluntários estarão instalando e configurando sistemas operacionais livres. O evento serve também para que você conheça pessoalmente os membros da comunidade de sua região.

Se você quiser instalar SL em sua máquina, mas não consegue fazer sozinho inscreva-se e participe do evento, sempre é muito educativo. Se você tem bons conhecimentos de operação e instalação de SL seja um voluntário e ajude a comunidade. O evento é totalmente gratuito e em paralelo costuma ocorrer palestras que falam da história do SL, de peculiaridades e de programas conhecidos.

A lista de cidades e locais do festival pode ser lida no site do projeto. Em muitos locais como Curitiba você precisa cadastrar-se tanto para levar a máquina como para ser um voluntário. Participe e promova o crecimento do SL na sua comunidade, o Brasil agradece.

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segunda-feira, março 21, 2005

IE 7

Alguns websites têm falado bastante do Microsoft Internet Explorer 7 por esses dias. Alguns deles até fizeram reviews de suas características e de novas facilidades que ele "trará quando chegar". Não vou citar endereços porque você sinceramente não deve ler essas coisas já que isso é apenas óleo de cobra (snake oil, expressão popular da língua inglesa para embuste).

A razão pela qual ler sobre novas características de um suposto IE 7 é dispensável é que isso trata-se apenas de intenções. Promessas tais como a de políticos durante a campanha para eleições, já que uma versão 7 deste navegador está ao menos a 6 meses de ser lançada.

Era 1994, muito antes do lançamento do Windows 95, e muitos, assim como eu, usavam o Windows 3.1x quando me deparei com uma reportagem em uma revista de grande circulação sobre informática (a finada Exame Informática) que falava de uma versão nova do Microsoft Windows que traria revolucionários recursos. Aquilo me interessou muito, já que o Windows 3.11 for Workgroups que eu usava era um péssimo sistema operacional. Um lixo que travava a cada 2 horas, ou sempre que a sala de bate-papo ficava interessante, me obrigando a ficar longos minutos ouvindo o sinal de ocupado de meu provedor de internet discada.

A reportagem falava a respeito da próxima versão do Windows, ainda com o codinome Cairo, que viria a ser o Windows 95 que a Microsoft, sempre cumpridora de prazos, acabou lançando apenas em 1996. A reportagem citava fontes da Microsoft que teriam deixado vazar à imprensa que o Cairo taria um sistema de arquivos revolucionário, que permitiria pesquisas mais rápidas, arquivos maiores e traria a simplicidade da organização de sua mesa para o PC. Era uma maravilha muito esperada por todos, já que esse sistema de arquivos seria journaled (sistema seguro que é virtualmente imune a falhas por desligamento brutal) e faria com que você jamais perdesse um arquivo outra vez. As pesquisas eram um show a parte. Segundo as fontes da MS pesquisas não só incluiriam nomes de arquivo como também seus conteúdos, sendo possível alcançar qualquer coisa armazenada em seu PC com um clique de mouse.

A reportagem sobre o Cairo citava sua brilhante multitarefa preemptiva que traria o desempenho impressionante de um sistema realmente multitarefa, tornando seu trabalho mais rápido e mais seguro. O desempenho e segurança do Cario seriam comparáveis ao do Windows NT para servidores e transformariam seu PC em uma máquina tão rápida que tiraria seu fôlego.

Para complementar tudo isso, o Cairo teria uma interface gráfica revolucionária, baseada em matemática complexa e bibliotecas 3d de última geração. Seu desktop poderia exibir imagens vetoriais e 3d de maneira natural e essa concepção revolucionaria a computação para sempre.

Passou-se um ano e meio dessa reportagem e a Microsoft lançou o Cairo, o infame Windows 95. A realidade foi dura para os usuários de computador. Seu sistema de arquivos era o VFAT, uma versão do antigo FAT de 8 bits modificada para suportar, através de um cruzamento de referências diabólico, nomes longos. A bagunça era tanta que usar um programa para análise de discos incorreto poderia destruir todos os seus dados. Isso ocorria porque o VFAT era só meio imcompatível com o FAT anteriror. Parecendo um FAT puro para programas antigos e suas "novas funções" sendo consideradas erros de alocação, o sistema não só não cumpria nenhuma das promessas como era mais lento e sucetivel a falhas que o anterior. A MS afirmou que não foi possível terminar o novo sistema de arquivos à tempo para o lançamento do sistema (que já havia sido adiado 3 vezes).

A multi-tarefa preemptiva, prometida e invocada várias vezes por ser a personificação do desempenho de 32-bit também não veio. O sistema era apenas meio 32-bit já que as bibliotecas de 16-bit continuavam a rodar no kernel do sistema e quando usadas dominavam a máquina. Por meses até que programas de 32-bit estivessem disponíveis usar o Windows 95 era como usar o Windows 3.1x, com os mesmos travamentos e resets de sempre. A desculpa para isso era a compatibilidade e acabava sendo mais produtivo usar o Win 3.x com as bibliotecas Win32s 1.2a rodando os primeiros programas de 32-bit do que migrar, configurar tudo e descobrir que você ainda não tinha a multi-tarefa preemptiva.

O desktop também não era tudo aquilo. Não existia a exibição de vetores e gráficos 3d de maneira natural, mas sim uma API chamada DirectX que precisava ser chamada por aplicações escritas e compiladas para ela. Ela não era (e não é até hoje!) integrada ao desktop e só poderia ser executada em uma janela com adaptadores gráficos tão potentes que não estavam disponíveis ao mercado SOHO até a chegada do Windows 98 quase 3 anos depois. No fim das contas o DirectX só poderia rodar em tela plena, com desempenho lastimável e se você abrisse mão do resto do desktop, o que a rigor mantém seu sistema mono-tarefa. Com isso o seu desktop era só meio tridimensional ou meio vetorial e meio bitmap (e é bitmap até hoje!!!).

O Windows 95, com tudo isso, poderia ser considerado só meio sistema operacional e meio um emaranhado de bugs e promessas não cumpridas. Em 1996 a IBM remodelou seu OS/2 Warp levando-o à versão 4. Esse sistema já era, desde a versão 3 de 1993, multi-tarefa preemptiva real, 32-bit real e usava um sistema de memória protegida que a Microsoft só consegui igualar em desempenho e estabilidade com o Windows XP SP2 lançado em 2004 (onze anos atrás da concorrência é até razoável não acham?). A versão 4 do OS/2 Warp, aliás, trouxe (eu repito, em 1996) sistemas de reconhecimento de voz e integração de objetos de desktop que ainda são ficção científica para quem só usou Windows até hoje. O chamado SOM (System Object Modelling) era um mecanismo que fazia a vistoria de integridade do sistema e quando você renomeava um arquivo todos os atalhos para ele eram renomeados automaticamente. O sistema de arquivos era o finado HPFS que era muito semelhante ao NTFS usado hoje no Windows XP, com journalling e desempenho premium. Muitos dos recursos que não existem no Windows até hoje já estavam presentes em competidores daquela época (DR-DOS, lembra?) mas todo mundo esperava pela próxmia versão do Windows e suas excitantes novidades.

Estamos em 2005 e lá vão-se quase 11 anos desde que o Cairo apareceu. E a MS promete o quê para o Longhorn, seu novo sistema operacional a ser lançado apenas em 2006? Um sistema de arquivos que facilita as buscas, por que não? Quem sabe uma multi-tarefa de verdade, claro que sim e com melhor desempenho lembre-se disso! E mais, uma nova interface gráfica, com tecnologia 3d e gráficos vetoriais implementados no desktop que chama-se (essa é a melhor coisa hahaha) Cairo!!! Coincidentemente, Cairo é o nome de um projeto de open source que visa criar um desktop vetorial para o GNU/Linux. Vai saber?! O fato é que, uma década depois, a MS faz as mesmas promessas e continua vendendo um sistema que não existe.

E novamente existe um sistema competidor do Windows ganhando nome e fama e que possui quase todas as características que a Microsoft promete. O gerenciamento de memória e a multi-tarefa do kernel Linux são impressionantemente melhores que as de qualquer outro sistema. O sistema de arquivos ReiserFS é não só mortalmente rápido, como extremamente seguro e virtualmente à prova de falhas. E a interface vetorial Cairo já funciona no GNU/Linux, tornando real uma promessa à muito esperada. E os usuários continuam esperando ansiosamente, com uma grande ajuda da imprensa, pelo próximo Windows que ainda não existe mas já tem tantos recursos que deixa qualquer outro sistema no chinelo.

E aparece Willian Gates III (vulgo Bill Chorão) presidente, dono e deus da Microsoft, em uma feira de segurança dizendo que a versão 7 do Internet Explorer, a principio prevista para 2006 apenas, trará mais recursos de segurança, navegação por abas copiada na cara larga do Mozilla que copiou na cara dura do Opera, e melhor desempenho e todo aquele papo besta. Novamente a MS vendendo um produto que ela não tem, com características magníficas. E me deparo com uma página na internet que faz uma análise do próximo navegador da Microsoft quando ele sequer existe!!!

Ou isso trata-se de uma piada (de mau gosto) ou é uma afronta à minha inteligência. Quando a MS fala de um produto que ela não tem é como um blefe de poker, ela tenta fazer você pensar algo que ela quer que você pense e que pode não ser verdade, isso chama-se engodo. Quando um site de tecnologia analisa um programa que não existe ele faz publicidade (em geral paga) e isso chama-se falcatrua. A MS aplica, novamente, o mesmo golpe, estagnando o mercado pela paralização da evolução fazendo a manutenção de um monopólio baseado em mentiras, processos judiciais, quebras de padrões estabelecidos no mercado, promessas vazias e pouco empenho técnico. Ao ver as maravilhas que a MS promete para o próximo navegador o usuário sente-se desestimulado a procurar outra solução, já que a próxima e magnífica versão sairá em breve.

E assim a nave vai.

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quinta-feira, março 17, 2005

Criado forum do CL Fork

Usuários reuniram-se para dar continuidade ao projeto citado no post anterior e criaram o forum do CL Fork, que é a iniciativa de desenvolver, a partir do código atual do Conectiva Linux, uma nova distro totalmente mantida no Brasil e focada para o mercado local.

Todos aqueles que interessarem-se por participar do projeto de alguma maneira podem visitar o forum oficial do projeto.

É o momento de todos aqueles que esperam que o Brasil mantenha uma distro de renome internacional colocarem a mão na massa e ajudar o pessoal do projeto nessa tarefa.

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quarta-feira, março 16, 2005

Convite para continuar o Conectiva

Como muitos já devem saber a Mandrake Software comprou a Conectiva e os direitos sobre o nome, a marca e a distribuição. O Conectiva Linux era então a maior distribuição de GNU/Linux desenvolvida na América do Sul e mesmo não sendo mais a Conectiva S.A. uma empresa brasileira bem antes da Mandrake adquirí-la o desenvolvimento do sistema ainda era feito no Brasil, em Curitiba-PR e Manaus-AM.

Agora parece que o desenvolvimento desses sistemas (Mandrake e Conectiva) será conjunto e administrado pelos franceses da Mandrake. Mesmo com excelentes distribuições brasileiras ainda (muito) ativas, como o Kurumin, ficou nítido que falta uma distro "mainstream" no Brasil. No post anterior falei sobre como o governo francês estava ajudando a Mandrake e como seria benéfico para o Brasil continuar a possuir uma grande distro, respeitada mundialmente, participante e desenvolvedora como a Conectiva sempre foi. Dentre as grandes contribuições da Conectiva para o mundo do GNU/Linux estão várias aplicações de gerenciamento de pacotes que provam que o Brasil possui talento e potencial para desenvolver uma distribuição grande, forte e reconhecida no mundo.

Cientes desse potencial usuários de várias distros de GNU/Linux frequentadores do Fórum Guia do Hardware começaram uma discussão sobre o que poderíamos fazer, enquanto comunidade, para incentivar o desenvolvimento de uma distro com essas características, nacional, para assumir o posto deixado pelo Conectiva Linux. Dessa discussão nasceu a idéia de criar um fork do CL 10 (versão atual) e continuar seu desenvolvimento em forma de comunidade, como no Projeto Debian.

Entre os objetivos finais estariam manter uma distribuição desenvolvida em solo brasileiro entre as mais respeitadas e usadas do mundo. Mas é claro que para atingir objetivos em escala global como esse precisamos de muita ajuda. E como a discussão apenas começou é o momento ideal para que todos os usuários de software livre da américa latina reunam-se agora e ajudem a definir as diretrizes do projeto, seu nome, mecanismos de funcionamento e, claro, manter a distribuição.

Estamos discutindo muito no tópico do ForumGDH mas estamos negociando a criação de um forum próprio onde iniciaremos o desenvolvimento do projeto. Se você tiver interesse de participar da comunidade do projeto que irá desenvolver uma nova distribuição brasileira a partir do código do Conectiva Linux 10 por favor envie um e-mail com seu nome, e-mail para contato, e como deseja contribuir para: luiz[ponto]fabio[arroba]gmail[ponto]com (onde [ponto] é . e [arroba] é @ para evitar caçadores de e-mail de spamners). Eu sou responsável por organizar uma lista de todos os colaboradores e irei publicá-la em meu site pessoal e derei mais detalhes neste blog e no post original do ForumGDH.

Entre no site do Projeto Debian e entenda como funciona o modelo que estamos implementando e participe das discussões iniciais cadastrando-se no FórumGDH e seguindo ao tópico onde discutimos os primeiros passos do projeto.

Com uma comunidade unida podemos construir uma distro focada na comunidade, desenvolvida por brasileiros.

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Cresce a adoção de Debian na Alemanha

Segundo notícia enviada por Manoel Pinho ao BR-Linux após a compra da SuSe pela Novell a adoção da distribuição Debian do GNU/Linux aumentou principalmente entre os órgãos públicos. Nota também o fortalecimento pelo governo francês da distribuição desta nacionalidade chamada Mandrake Linux permitindo inclusive que esta adquirisse a maior distribuição da américa latina, a brasileira Conectiva.

São demonstrações de que os governos europeus, a despeito da possibilidade da aprovação das patentes de software, acreditam ser de importância estratégica manter desenvolvedores locais de GNU/Linux ou quando isso não for possível suportar ao máximo uma distribuição completamente livre.

É uma postura parecida com a que o governo brasileiro procura adotar, de proporcionar a existência de um ambiente de desenvolvimento local de tecnologia em software livre para manter-se isento das ameaças de oligopólios de tecnologia.

Resta saber se além de dar suporte aos desenvolvedores de software livre, os governos do mundo serão capazes de manter-se firmes contra grandes corporações como a Microsoft, indo contra a cartilha do Partido Republicano Estado-Unidense* que já posicionou-se ao lado de Bill Gates inclusive na OMC.

*estado-unidense é a denominação correta para aquele que nasce na República dos Estados Unidos da América. Americano, pura e simplesmente, é aquele que nasce no continente americano, portanto, também pessoas como eu, que sou brasileiro.

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sexta-feira, março 11, 2005

Manifesto à OMPI

OMPI é a Organização Mundial de Propriedade Intelectual e este manifesto acompanhado de uma petição pública pede que uma reforma seja feita na organização desta instituição para que mais transparência seja dada ao processo que define as regras de registro de propriedade intelectual no mundo. É importante que todos aqueles ligados ao software livre estejam cientes e, caso concordem com a petição, incluam seu nome.

Não há nada de errado com a propriedade intelectual em si, de fato ela é até algo benéfico para creditar as pessoas por suas idéias. O problema da sociedade moderna encontra-se em como os governos dos países chamados desenvolvidos decidiram manejar a propriedade intelectual. Foi criado então um sistema de patentes que inibe a criatividade e processa tudo e todos que colocam-se no caminho das grandes corporações e o dinheiro. É nossa missão como membros de uma sociedade civil organizada combater isso.

A notícia chegou a mim por um e-mail de Claudio Filho na lista de desenvolvimento do Mozilla e veio acompanhada de uma citação interessante:

Se você é um(a) programador(a) de computador ou político, está enfermo(a), possui deficiência auditiva, visual ou motora, se você é um(a) estudante, acadêmico(a) ou cidadão(ã) preocupado(a) com acesso ao conhecimento e com a ausência de equilíbrio entre detentores de direitos e o interesse público, no âmbito de países desenvolvidos e principalmente em países em desenvolvimento ou de menor grau de desenvolvimento, por favor leia a carta anexa e considere assiná-la.
e por uma frase de Gandhi:
"Primeiro eles o ignoram, depois eles riem de você, depois eles travam uma batalha com você, depois você VENCE"

Já ignoraram o software livre, há pouco tempo riam do software livre e agora uma verdadeira batalha está sendo travada a cada página impressa de revista, em cada website sobre TI na internet. Como será o futuro da humanidade depende apenas de como a sociedade irá organizar-se para exigir seus direitos.

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segunda-feira, março 07, 2005

Sobre o FUD

Aparece o que acredito ser o primeiro site brasileiro sobre FUD contra software livre, o LinuxFUD. Para quem não sabe, FUD é Fear, Uncertainly and Doubt, que seria algo como Medo, Duvida e Incerteza e trata-se de uma tática de publicidade que visa minar o produto concorrente usando narmalmente mentiras para gerar os sentimentos que formam o termo original.

Muitas empresas, como a IBM e a Volkswagem usam o FUD com freqüência em suas publicidades contra a concorrência mas nos ultimos anos a técnica têm tornado-se lugar comum quando a Microsoft dirige-se ao mercado. A campanha Get the Facts da Microsoft é o maior FUD da história da publicidade, pois é uma campanha de FUD mundial sem precedentes. O site LinuxFUD visa identificar e desmascarar esse tipo de campanha contra o software livre e merece uma visita.

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Conselho da UE aprova Patentes de Software

LutoÉ triste mas é verdade. Contrariando o pedido do parlamento europeu, o Conselho da União Européia aprovou a "polêmica proposta de patenteabilidade de invenções implementadas por meio de computador, conhecida como "diretiva das patentes de software"." segundo o jornal O Globo. O Parlamento europeu, corroborando o fato de que a maioria dos estados participantes havia manifestado-se à favor de mais discussões antes da aprovação de uma legislação nesse sentido, havia pedido ao Conselho que a proposta não fosse aprovada neste momento.

O Conselho, não obrigado a acatar pedidos ou deliberações do Parlamento, ignorou a opinião de milhões de cidadãos e membros da classe científica e aprovou a proposta, favorecendo monopólios da indústria da informática de padrões proprietários, como a Microsoft e a Apple. Muitas outras grandes empresas de informática poderiam beneficiar-se desta legislação, mas muitas delas, já favoráveis ao software livre, colocaram-se neutras ou até mesmo contra a proposta. Agora a proposta deve passar pelo Parlamento onde poderá ser editada.

Na verdade apenas os usuários e desenvolvedores independentes de software saem prejudicados, já que correm o risco de, ao usar um programa estarem infringindo patentes sem sequer imaginar que o estejam fazendo. Abre-se a possibilidade para que empresas registrem patente de dispositivos ou métodos computacionais e até mesmo algoritmos, que são imateriais. Parabenizamos o Conselho da União Européia por abrir o precedende legal para que, em um futuro de ficção, empresas registrem patentes sobre pensamentos e idéias e possam também exercer controle sobre como e o que pensam seus clientes. Como forma de agradecimento por melhorar o mundo onde nossos filhos irão crescer colocamos aqui nossa faixa de luto.

Imagino agora como o Sr. Willian Gates III (vulgo Bill) deve estar rindo. E novamente eu me pergunto quem será que pagou o jantar.... ? Vou fechar com isto aqui:
"Nem toda propriedade é um roubo. Porém, a propriedade é um roubo quando exclui os não-proprietários do processo de desenvovimento social."
-- Manuel Castells
Trazido à mim por André Simões.

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quinta-feira, março 03, 2005

Talvez você não saiba...

O governo estado-unidense encomendou uma pesquisa à sua agência central de inteligência sobre o panorama econômico e político mundial para os próximos 15 anos. O resultado é uma visão surpreendente que nos ajuda a compreender melhor como o governo dos EUA vêm agindo ultimamente. Trago alguns trechos que foram publicados pelo jornal O Globo em 17 de Janeiro de 2005 e foram retirados do site do Partido Popular Socialista do Brasil. Se você desejar ler a matéria completa, e eu recomendo isso fortemente acesse este link.


A emergência de quatro países como influentes atores globais — China, Índia, Brasil e Indonésia — e, principalmente, uma potencial forte aliança entre eles farão surgir não apenas um novo e poderoso bloco como também provocará transformações significativas na geopolítica mundial ao longo dos próximos 15 anos.

E instituições como as Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial correrão o risco de se tornarem obsoletas se não se ajustarem às mudanças que serão provocadas pelo surgimento desse novo pólo de poder.

As potências arrivistas — China, Índia, e talvez outras como Brasil e Indonésia — poderão promover um novo conjunto de alinhamentos internacionais, marcando potencialmente uma ruptura definitiva de algumas instituições e práticas pós-Segunda Guerra”, diz um trecho do estudo obtido pelo GLOBO, e que deverá ser divulgado esta semana pelo NIC. As sugestões dos analistas que servirão de base à reavaliação da política externa americana, diante das previsões contidas no estudo, permanecerão sigilosas.

Outro trecho assinala que “China, Índia, Brasil e Indonésia têm o potencial de tornar obsoletas as antigas categorias de Leste e Oeste, Norte e Sul, alinhados e não-alinhados, desenvolvidos e em desenvolvimento. Tradicionais grupamentos geográficos cada vez mais perderão destaque nas relações internacionais.”

O Brasil é definido nesse quadro como “um país com vibrante democracia, economia diversificada e população empreendedora, um grande patrimônio nacional e sólidas instituições econômicas”. Os analistas do NIC insinuam que o Brasil estaria numa posição privilegiada pois continuará sendo encarado como “um parceiro natural tanto dos EUA quanto da Europa, quanto das potências emergentes China e Índia, “e tem ainda o potencial de aumentar a sua influência como um grande exportador de petróleo”.

A economia do Brasil poderá ser igual à dos países ricos da Europa, e a da Indonésia se aproximará desse índice. Assim como a Europa, o Japão e a Rússia sofrerão a crise do envelhecimento de sua população e do baixo índice de nascimentos. Segundo o estudo, apesar de a economia mundial continuar crescendo “de forma impressionante” até 2020 — ela deverá ser 80% maior do que a de 2000 e a média per capita será 50% mais alta —, os benefícios da globalização não serão gerais.

No entanto, em alguns deles (países latino americanos), “as falhas das elites em se adaptar às crescentes exigências dos mercados livres e da democracia provavelmente alimentarão um renascimento do populismo e incitarão movimentos indígenas”, adverte a previsão para os próximos 15 anos.

A globalização, segundo o estudo do Conselho Nacional de Inteligência dos EUA, poderá aprofundar a divisão e servir para separar ainda mais os países latino-americanos em termos econômicos, comerciais e de investimentos. “À medida que o Cone Sul — particularmente Brasil e Chile — buscam novos parceiros na Ásia e na Europa, a América Central e o México, junto com os países andinos, poderão ficar para trás e permanecer dependentes dos EUA e do Canadá como seus parceiros comerciais preferenciais e fornecedores de ajuda”, diz um trecho.

O relatório mostra o quão preocupado encontra-se o governo estado-unidense com a ascensão de países considerados sub desenvolvidos e como estes irão comportar-se quando isto ocorrer. Fica claro também que todas as recomendações sobre como o governo dos EUA deveria agir diante destas perspectivas foram mantidas confidenciais. Apenas o relatório final do estudo foi divulgado.

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Comunidade

O site Software Livre Brasil publicou nota sobre o movimento que está sendo produzido pela FSFE (Free Software Foundation Europe) no sentido de proteger os direitos digitais de usuários de computador. A entidade usará um sistema de filiação que visa pressionar as autoridades européias contra as leis de patentes de software e ajudar a financiar suas atividades de suporte ao software livre. A filiação ao programa tem uma anuidade de EUR 60,00 e dá direito a um crypto card e um e-mail @fsfe.org

O mesmo site publicou também a tradução do texto "Bill Gates e outros comunistas" de Richard Stallman que eu fiz e havia publicado neste blog. Fico grato ao pesosal do PSL Brasil pela iniciativa.

Valeu pessoal.

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quarta-feira, março 02, 2005

PC Conectado adiado

Depois de dias em silêncio, graças à necessidade de manutenção em meu computador e a instalação de meu GNU em um HD de 7200 rpm agora, volto a atualizar o blog com freqüência.

Fiquei indignado com o atraso causado ao projeto PC Conectado do governo federal, que visa levar computadores de baixo custo com financiamentos de longo prazo para famílias carentes e micro empresas. O atrazo está ligado ao comportamento da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados que recebeu pedido do deputado Júlio Semeghini (PSDB-SP) para que o governo inclua também uma versão do computador com Microsoft Windows.

O argumento do Sr. Semeghini é que todos devem ter o direito de escolher que sistema usar, assim deve haver uma alternativa do computador com MS Windows. Esse argumento não nasceu na cabeça do Sr. Semeghini, ele foi passado por profissionais da própria Microsoft em um jantar ao qual o deputado compareceu. E depois de discutirem sobre o assunto por alguns minutos o deputado concordou em ser o lobista da Microsoft junto à Câmara dos Deputados. Me pergunto quem teria pago o jantar....

Duas coisas devem ser salientadas aqui:
  1. O PSDB sempre manteve, desde que as discussões sobre software livre começaram, uma postura, como direi (?), Microsoft demais. Talvez por isso o governo do estado de São Paulo tenha fechado um acordo de replicação de técnicas de .NET para funcionários do sistema estadual de educação.
  2. O PC Conectado foi idealizado com software livre por dois motivos: (i) Reduzir os preços e (ii) Fortaceler a disseminação do software livre, esta segunda idéia é bem forte e clara em todos os setores do governo federal. Aqueles que desejarem usar Windows podem, ao receber em casa o computador, adquirir uma cópia do sistema da Microsoft e instalar sem problema algum. A liberdade está garantida. E já que o sistema livre é fornecido sem custo alguum, como uma espécie de brinde, não configura venda casada e não infrige a lei brasileira. Na verdade poderíamos dizer que o GNU/Linux está para o PC Conectado como o Internet Explorer está para o Windows. A Microsoft prova de seu próprio remédio nas mãos do governo federal e parece não gostar nem um pouco.
  3. A Microsoft obriga grandes fornecedores de PC, como a Dell e a Itautec a incluiruma cópia de Windows em cada máquina vendida, quer o usuário goste disso ou não. Essa é a razão pela qual vc não conseguia, até pouco tempo atrás, comprar uma máquina de grife sem sistema operacional ou com um sistema livre. A Microsoft obrigava os outros a venderem seus sistemas. Com o suporte de IBM e HP ao GNU/Linux esse quadro mudou, mas o contrato da Microsoft com a Dell, por exemplo, impede a montadora de PCs de vendê-los com outro sistema. Ao comprar um Dell sua única opção ao Windows XP é comprar o computador sem sistema algum. Um CD com o FreeDOS acompanha a máquina para o startup inicial de outro sistema.

Fica claro para mim que um sistema que custa, sozinho, R$ 500,00 não é adequado para um computador de baixo custo. A Microsoft defende-se sugerindo que iria embarcar uma versão do Windows chamada Windows Starter Edition, mais barata e básica para os computadores. Se esse Windows custar R$ 200,00 ainda vai ser caro, o salário mínimo do Brasil é R$ 270,00 aproximadamente. Duvido que uma família de baixa renda fosse querer gastar R$ 200,00 em um sistema que pode ser encontrado por R$ 10,00 em camelôs. Mas como o computador seria distribuído pelo governo, a conta seria paga do mesmo jeito e a Microsoft levaria o dinheiro.

Se fosse impossível piratear o Windows, sua presença no mercado seria bem menor e o GNU/Linux já estaria bem mais popularizado. As pessoas não sentiriam-se a vontade pagando tanto por um produto desta maneira. A tentativa da Microsoft de entrar pela porta dos fundos no projeto PC Conectado é, novamente, uma atitude repulsiva.

O governo deveria aceitar isso. Incluir o Windows como alternativa de sistema e cobrar integralmente o valor da licença do comprador do PC. Ficaria algo mais ou menos assim:
E deixe que as pessoas escolham o que elas querem comprar. Acabamos com a choradeira do Bebezão Gates e provamos a minha tese de que o Windows só domina 95% do mercado de SO para pcs porque é facilmente pirateável.

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